Arquivo de 1998 - .: porãoweb :. https://poraoweb.com.br/category/porao-do-rock/1998/ O poraoweb é um site dedicado à memória do Festival Porão do Rock, com registros desde 1998. Ele reúne informações sobre todas as edições, bandas, fotos, entrevistas e conteúdos produzidos por quem viveu o festival de dentro, preservando a história e a cena do rock brasiliense. Tue, 22 Apr 2025 16:07:48 +0000 pt-BR hourly 1 https://wordpress.org/?v=6.8.1 https://poraoweb.com.br/wp-content/uploads/2025/04/cropped-icon_poraoweb_neg-32x32.png Arquivo de 1998 - .: porãoweb :. https://poraoweb.com.br/category/porao-do-rock/1998/ 32 32 União das bandas do porão da 207 Norte https://poraoweb.com.br/uniao-das-bandas-do-porao-da-207-norte/ Tue, 22 Apr 2025 16:07:47 +0000 https://poraoweb.com.br/?p=322 Era mais do que música. Era movimento. A primeira edição do Porão do […]

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Era mais do que música. Era movimento. A primeira edição do Porão do Rock não nasceu por acaso, nem surgiu do nada. Veio da soma de esforços, da crença compartilhada por gente que sabia que Brasília podia pulsar com ainda mais intensidade.

No centro dessa construção estavam as bandas que ensaiavam em um endereço que já se tornaria lendário: o porão da 207 Norte. Foi dali que emergiu a vontade de fazer diferente, de ocupar os palcos com identidade própria, sem esperar por convites de fora. Com apoio da G4 Produções, da For Rock Promoções e da cooperativa das próprias bandas, esse desejo coletivo foi tomando forma, ganhando estrutura, som, luz e lugar. A Secretaria de Cultura também se somou a esse impulso, ajudando a viabilizar o que, até então, parecia apenas um sonho distante.

Mais do que idealizar, essas pessoas fizeram. Montaram, carregaram, divulgaram, conectaram. Levantaram um festival que, já em sua primeira edição, mostrava potência e propósito.

Naquela noite na concha acústica, quando os amplificadores começaram a rugir e os primeiros acordes tomaram o ar, estava claro: a ideia era boa demais para ser passageira. Era o início de algo maior. Palmas para quem acreditou e colocou o festival de pé. Que o Porão do Rock seja apenas o primeiro capítulo de uma longa história escrita com guitarras, coragem e encontros.

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Uma noite de muito som e lua https://poraoweb.com.br/uma-noite-de-muito-som-e-lua/ Tue, 22 Apr 2025 14:58:12 +0000 https://poraoweb.com.br/?p=317 A lua alta refletia no espelho do Lago Paranoá quando os primeiros acordes […]

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A lua alta refletia no espelho do Lago Paranoá quando os primeiros acordes abriram o céu de Brasília. Começava ali mais uma sequência de descobertas musicais que dariam o tom da primeira edição do Porão do Rock. Na concha acústica, tudo vibrava — luzes, ideias, vozes, estilos e públicos tão diferentes quanto as bandas que se preparavam para subir ao palco.

A Big Groove foi quem deu início à noite. Com uma trajetória que incluía destaque no Skol Rock de 1998, a banda apresentou um pop de trilha envolvente, daqueles que parece já nascer familiar. Em meio ao setlist, uma versão de Fernanda Abreu acenava para o público com um charme inesperado.

Veio então a Mata Hari, e a atmosfera mudou. Um som denso, melancólico e preciso preencheu o espaço, envolvido pela afinação impecável da banda e pela voz da vocalista que parecia narrar um filme com cada verso. Entre os momentos marcantes, a cover do B-52 trouxe leveza e surpresa, como se o palco ganhasse um sopro de cor e humor.

Ponto G levou ao palco uma mistura irreverente. Rap com rock, atitude de rua com energia de palco. Dois vocalistas em sintonia sobre uma base que lembrava Planet Hemp, mas com um quê próprio. Era barulho bom, daqueles que fazem a cabeça balançar mesmo sem entender direito o porquê.

Rodeo Drive chegou com uma combinação improvável: rock and roll com pitadas country. De repente, a concha acústica ganhou ares de faroeste. Eles passaram por Bob Dylan e transformaram “Hey Joe”, de Hendrix, numa viagem sonora que lembrava Willie Nelson. Um passeio inusitado, mas feito com entrega e bom humor.

A James Band trouxe uma presença curiosa. Com um vocalista que arrancava comparações com personagens de TV, a banda fez uma leitura intensa de Police, evocando Sting com energia e personalidade.

Plástika trouxe seu pop bem trabalhado, daqueles com cara de rádio. Era o tipo de som que já tinha corpo, com refrões pegajosos e arranjos que funcionavam. No palco, testavam caminhos. A cover de “Pais e Filhos” aparecia como aceno para o grande público.

Cachorro Cego subiu com força. Foi a primeira banda da noite a arrancar coro do público, e não por acaso. Quando entoaram “Mary Juana Blues”, as vozes da plateia se uniram como se a música já fizesse parte da memória coletiva. Com um blues carregado de rock, a banda mostrou presença e carisma, garantindo um dos momentos mais pulsantes da noite.

Zamaster veio com sua linguagem própria. Ainda misteriosa em alguns trechos, já deixava entrever possibilidades sonoras que intrigavam e abriam espaço para novas leituras.

Maskavo Roots, já com três álbuns no repertório, entregou um show curto e coeso. Em clima de celebração, costuraram músicas conhecidas do público e finalizaram com uma versão vibrante de “Diversão”, dos Titãs. Não por acaso, estavam prestes a assinar com a Sony. Tudo parecia fazer sentido naquele momento.

Auravil, Nulimit e BSB Disco Club levaram o público para uma pista imaginária. Em sequência, desfilaram clássicos da disco music em versões nostálgicas. Havia entusiasmo, coreografias e o inesperado — como os gritos animados do vocalista da Auravil e uma queda de palco da vocalista da BSB Disco Club que arrancou aplausos solidários e sorrisos cúmplices. Tudo isso somava ao clima de liberdade que tomava conta do lugar.

A banda !Pravda apostou em um set autoral com repertório de seu álbum lançado pela Banguela Records. Mesmo enfrentando desafios técnicos com a estreia de um DJ no palco, o grupo mostrou identidade e presença.

Fechando a noite, Engels Espíritos Band. Com um rock temperado de blues, a banda entregou o que muitos consideraram uma das melhores apresentações do festival. Com presença de palco marcante e entrosamento afiado, encerraram a noite com a energia de quem sabe que fez história.

Quando os últimos acordes silenciaram e as luzes começaram a apagar, havia ainda muita gente ali, parada, como se quisesse guardar um pouco mais daquela atmosfera. Era mais que uma sequência de shows. Era a confirmação de que algo novo havia acontecido em Brasília.

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Quais as bandas que participaram do primeiro Porão https://poraoweb.com.br/quais-as-bandas-que-participaram-do-primeiro-porao/ Tue, 22 Apr 2025 14:49:35 +0000 https://poraoweb.com.br/?p=313 Era como uma colcha de retalhos feita de sons, estilos e presenças. A […]

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Era como uma colcha de retalhos feita de sons, estilos e presenças. A seleção de bandas da primeira edição do Porão do Rock parecia ter sido costurada com o cuidado de quem sabia que estava registrando um momento fundador. Cada nome no line-up carregava uma energia particular, um recorte da cena musical que fervilhava nos porões e garagens de Brasília.

Na linha de frente estava a Maskavo Roots, que já começava a circular com força no cenário nacional. A eles se somavam a irreverência da Pravda, a presença marcante da Plástika, a pulsação bruta da Cachorro Cego e a energia da Engels Espíritos Band. Era um palco onde as estéticas divergiam e, ainda assim, se encontravam no mesmo grito coletivo.

Auravil, Nulimit e Mata Hari traziam um frescor que misturava o experimental com o pop, enquanto Zamaster e BsB Disco Club adicionavam novas camadas sonoras à noite. James Band, Rodeo Drive, Bigroove e Ponto G completavam o time, cada uma com sua pegada, cada uma com sua tribo, sua sonoridade, seu manifesto.

Juntas, essas catorze bandas foram mais que atrações. Foram os alicerces de um projeto que se lançava ao desconhecido com coragem e identidade. Naquela noite, mais do que um festival, o que se formava ali era um retrato sincero da diversidade musical da capital.

  • Auravil
  • Bigroove
  • BsB Disco Club
  • Cachorro Cego
  • Engels Espíritos Band
  • James Band
  • Maskavo Roots
  • Mata Hari
  • Nulimit
  • Plástika
  • Ponto G
  • Pravda
  • Rodeo Drive
  • Zamaster

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Como foi a organização do primeiro Porão https://poraoweb.com.br/como-foi-a-organizacao-do-primeiro-porao/ Tue, 22 Apr 2025 14:44:23 +0000 https://poraoweb.com.br/?p=284 A ideia parecia ousada demais. Um festival de rock independente, em Brasília, ao […]

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A ideia parecia ousada demais. Um festival de rock independente, em Brasília, ao ar livre, com estrutura profissional e line-up 100% local. Mas quando os primeiros equipamentos começaram a ser montados na concha acústica do Lago Paranoá, ficou claro que aquela ousadia era, na verdade, uma convicção.

Era a primeira edição do Porão do Rock e o espírito coletivo tomava forma. Catorze bandas estavam escaladas para subir ao palco. Todas nascidas na cena local, muitas delas acostumadas aos ensaios abafados no porão da 207 Norte, onde o festival começou a ganhar corpo entre uma batida e outra.

O local escolhido foi simbólico. A concha, voltada para o lago, abraçava o som como quem acolhe uma ideia nova. O espaço tinha sua beleza natural, mas também impunha desafios. Havia poucos banheiros e alguns carros foram arrombados, detalhes que, diante do todo, pareciam apenas lembretes de que se tratava de um movimento nascendo com garra, não com manual. E isso não tirou o brilho do que foi realizado ali.

O que impressionava mesmo era a estrutura. O palco bem montado, o som limpo e potente, a iluminação desenhando a noite como se ela tivesse coreografia própria. Quem ali estivesse, podia perceber que aquela produção não era feita por amadores — era feita por apaixonados.

E foi além do festival. O evento rendeu um CD com apoio do Prêmio Renato Russo, da Fundação Cultural. Foram mil e quinhentas cópias prensadas com registros das bandas participantes. Um retrato impresso de um momento que ainda reverbera.

A única ausência no palco ficou por conta da banda Rumbora, que estava em estúdio gravando seu primeiro álbum. Mesmo assim, marcou presença no disco, costurando a memória daquele ano com sua sonoridade inconfundível.

O Porão começava a escrever sua história. E quem viveu aquela edição inaugural, sabia: o que tinha nascido ali estava apenas começando a crescer.

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Uma noite de equilíbrio perfeito https://poraoweb.com.br/uma-noite-de-equilibrio-perfeito/ Sat, 19 Apr 2025 01:12:25 +0000 https://poraoweb.com.br/?p=277 Brasília se preparava para mais um fim de semana comum, mas quem passava […]

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Brasília se preparava para mais um fim de semana comum, mas quem passava pela orla do Lago Paranoá naquela noite sentia algo diferente no ar. Um zumbido grave, quase tribal, vibrava nas árvores. A concha acústica, geralmente silenciosa e solene, pulsava como um coração recém-acordado. Lá dentro, um novo capítulo da música brasiliense estava começando a ser escrito.

O Porão do Rock nasceu ali, impulsionado por uma cooperativa de bandas que dividiam o mesmo porão na 207 Norte. De lá, vieram não só os riffs e ideias, mas também o espírito coletivo que marcou aquele encontro. A produção não economizou esforços. Um esquema de som e iluminação como poucos haviam visto na cidade tomou conta da concha. Tudo cronometrado, tudo na medida. Nos bastidores, uma equipe afiada de roadies se movimentava como se estivessem regendo um espetáculo invisível, garantindo que nenhuma banda perdesse seu momento sob os refletores.

Foram quatorze bandas se revezando no palco, preenchendo a noite com vozes, distorções e presença. A Rumbora, mesmo ausente fisicamente, fazia parte da história. Enquanto gravavam seu primeiro CD em estúdio, uma de suas músicas marcava presença na coletânea do festival.

Em volta do palco, o cenário era uma colagem viva da cultura independente: lanchonetes fumegando, bares improvisados, gente se lançando no bungee jumping, barracas vendendo CDs, fitas-demo, fanzines. A plateia circulava entre essas estações com olhos famintos por descoberta. Figuras lendárias como Elza Cohen, da Super Demo, e o produtor Tom Capone circulavam discretamente, atentos ao que surgia de novo nos acordes brasilienses.

Na plateia, havia vibração. No palco, entrega. E mesmo quando o ritmo baixava, o espírito coletivo sustentava a noite. No fundo, o que se viveu naquela concha acústica foi mais do que um show. Foi uma celebração do possível. Um encontro onde música, amizade e vontade de fazer diferente criaram um cenário que, por algumas horas, pareceu o lugar mais elétrico e vivo da capital.

Foi uma noite de equilíbrio perfeito.

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Porão do Rock 1998: o começo de tudo https://poraoweb.com.br/porao-do-rock-1998-o-comeco-de-tudo/ Fri, 18 Apr 2025 23:35:52 +0000 https://poraoweb.com.br/?p=198 Foi ao entardecer de um sábado seco em Brasília que os primeiros passos […]

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Foi ao entardecer de um sábado seco em Brasília que os primeiros passos começaram a ecoar pela grama que margeava o Lago Paranoá. De longe, já se ouvia o ronco dos instrumentos sendo afinados na concha acústica. Não era apenas mais um evento cultural na cidade. Era o começo de uma história.

Ali, sob o céu aberto, nasceu o Porão do Rock. Um festival sonhado por bandas que ensaiavam num espaço pequeno e barulhento no subsolo da 207 Norte. No porão, os planos. No palco, a explosão.

O público chegava de todos os cantos da capital. Mochilas nas costas, camisetas de banda, olhos curiosos e um ar de “isso vai ser grande”. E foi. O que se viu naquela noite foi um desfile sonoro de catorze bandas brasilienses que transformaram a concha num campo elétrico de expressão e liberdade.

Maskavo Roots, com sua presença que já indicava voos altos. Pravda, Plástika, Cachorro Cego, Engels Espíritos Band, Auravil, Nulimit, Mata Hari, Zamaster, BsB Disco Club, James Band, Rodeo Drive (que depois ganharia novo nome: Joe Renato Trio), Bigroove e Ponto G. E mesmo ausente dos palcos, a Rumbora também deixou sua marca. Uma de suas músicas estava presente na coletânea oficial do festival, como uma batida a mais no coração do evento.

E que estrutura. Um esquema de som robusto, luzes que cortavam a noite como raios de energia e uma equipe de roadies que parecia operar uma coreografia secreta nos bastidores, garantindo que tudo fluísse com pontualidade e precisão.

Mas o Porão era mais que música. Era um mergulho em cultura alternativa. Ao redor, lanchonetes e bares dividiam espaço com uma feira de fanzines, CDs e fitas-demo. Tinha até bungee jumping pra quem quisesse sentir o impacto do festival no corpo inteiro.

As rádios Cultura FM e Transamérica estavam lá, sintonizadas com a vibração do momento. Até a MTV olhava com atenção. Algo diferente estava acontecendo.

A noite também foi de surpresas. Teve intervenção poética, com o dogboy Gerson de Veras e Solimar Lacerda, misturando palavra, som e presença em uma performance inesperada.

Plástika, já respeitada na cena, brilhou como um dos pilares do line-up. Maskavo Roots fechava acordos com gravadora grande. E algumas bandas ainda ousaram tocar versões de Fernanda Abreu, B52, Bob Dylan, Hendrix, Police e Titãs, conectando o novo com o conhecido, fazendo pontes no tempo.

À medida que a madrugada se aproximava, o chão vibrava, o público dançava, e Brasília ganhava um novo marco na sua geografia cultural.

A primeira edição do Porão do Rock não foi apenas um show. Foi um rito de passagem.

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