• Porão do Rock
  • 2009
  • Algumas Resenhas

Algumas Resenhas

Super Estereo Surf
Com uns 50 minutos de atraso o Porão do Rock começa com uma banda do DF que faz referencia ao surf. Uma banda instrumental que toca surf music com uma forte pegada de SKA, um show muito animado com som criativo sem previsibilidade nenhuma. Um som dançante que surpreende os desavisados. Uma pena havia muita pouca gente às 17 horas do sábado para curti a banda mais diferente do Porão. Depois de promovida do palco pílulas para o principal, falta agora ser colocada em um horário mais nobre. Merece.

El Mato A Um Policia Motorizado
Aos gritos de “a argentina não vai para a copa”, “cadê o Maradona?” e “três a um” o show da revelação do rock argentino agradou quem já conhecia a banda, mas o show foi meio morno. O vocalista não varia tons de voz e expressões, meio sonolento ele não tem presença de palco e prejudica quem não conhece a banda. Apesar disso o som é interessante, talvez falte uma energia tropical ao grupo.

Scania
Chamou atenção. O metal da banda candanga Scania abriu o palco pílulas em grande estilo. Arrancou o público do palco principal com uma guitarra e bateria frenéticas num som pesado e consistente. Encheu rápido, e até o fim do show chegava gente para conferir toda aquela pauleira. A voz rouca e a energia em cima do palco completaram o show. A guitarra e a bateria não descansam nenhuma hora fazendo um rock contagiante. A galera foi à loucura.

Orgânica
Se não fosse a vocalista com um shortinho delícia o show não teria a menor graça.

Melda
Uma banda de um cara só. O mineiro Claudão Pilha era baterista da banda em 80 e 90 e resolveu voltar à cantar e tocar com uma guitarra, uma bateria gravada e um capacete muito louco cheio de soalhas (aquelas placas redondas de metal que têm no pandeiro). As letras escrachadas tipo “puta que pariu! Maconheiros do Brasil... mas que vergonha, proibiram a marcha da maconha” e outras falando que tinham comido o rêgo dele fizeram o público dar boas gargalhadas. Muita gente gostou. Ouviasse até “essa foi a melhor até agora”. Um espírito mamonas assassinas bem piorado, dá pra ouvir no máximo uma vez, baixa pra escutar em casa não rola, mas dá pra sacudir.

Elffus
O show morno. As calças coladas, o chapéu de cowboy e cabelos grandes não ajudaram pra empolgar o público. Todo mundo disperso durante a apresentação.

Cabeloduro
Deixando de lado o fato de que Cabeloduro deveria ter tocado no palco principal abrindo o domingo do Festival, o show foi Punk Rock Hardcore. A banda do final da década de 80 tem sangue jovem, as músicas rápidas de 2 minutos de puro hardcore fizeram a platéia abrir rodas estigadíssimas e cantar os antigos sucessos. Show como esse faz falta às vezes. Um punk rock cru para bater a cabeça; e as letras que falam do cotidiano de quem gosta de diversão refletia meio que de forma atemporal os jovens (de alma) que ali se encontravam. Foi um show lá em cima e outro lá embaixo.

Mugo
A banda de 2 milhões de acessos no myspace não podia ficar fora do porão. Poderia. O anuncio antes dos goianos entrarem no palco era um aviso. É só gritaria e o vocalista não sabe gritar, mas como prova a internet tem gente que gosta.

Sepultura
O mais aguardado do dia não decepcionou. Após uma espera de mais de meia hora pra começar - o que de costume não acontece no Porão - foi só metal de qualidade. As milhares de pessoas presentes deliraram, rodas punks gigantescas, uns subindo nas costas dos outros e o poeirão comendo solto. Uma apresentação impecável com o baterista Jean Dolabela segurando a onda num show eletrizante do começo ao fim. Eles realmente provaram depois de tanto tempo de estrada que não sabem fazer uma apresentação ruim. Fora duas ou mais confusões sem agressão, apenas um pequeno empurra, empurra, o Festival foi tranqüilo, contrariando o receio de alguns com o Porão do Rock na Esplanada. A esmagadora maioria estava ali para se diverti. Quanto ao poeirão é só relevar.

Raimundos
Com mais uma demora fenomenal os Raimundos entram no palco para uma platéia ansiosa para escutar as antigas. No meio de um dia tão nostálgico com Little Quail, Maskavo Roots, Legião, Escola de Escândalo entre outros com os Raimundos não poderia ser diferente. A galera vibrou com os antigos sucesso e lamentou com a Igreja que levou Rodolfo, Digão não convence, mas valeu escutar “esporrei na manivela”, “ABC do sertão”, ...

Rafael Cury e The Booze Bros
Acabou Raimundos. São três da manha da segunda-feira. Não tem mais ninguém e caem os primeiros pingos da chuva que tardou a aparecer. Quem mais ficaria? Alguém que acabou que teve que esperar uma amiga e pegou o começo do show do Rafael Cury e The Booze Bros. A voz rouca rasgada, riffs pesados e um som fino com poder estridente fizeram esse cara ficar por mais um tempo. A geração nova de Brasília tem o que mostrar. É uma musicalidade rock surpreendente. Apesar de novos como banda são experientes e fizeram os últimos dos moicanos que se aventuravam pela madrugada não reclamarem de nada.

Black Drawing Chalks
A candidata a banda revelação na MTV é uma surpresa de como ainda podem aparecer boas bandas. Um som de personalidade – o que não é fácil de acontecer – e sofisticado aqui bem pertinho em Goiânia.