Terror Revolucionário

Marcelo, baixo, e Fellipe CDC, vocalista, falam sobre as panelas e a cena local

 
Foto: DigulgaçãoVocês já esperavam por essa oportunidade de se apresentar no Festival Porão do Rock? E o que os 20 minutos de shows podem representar para o futuro da banda?
Marcelo: Eu, sinceramente, não esperava essa escalação, já que nosso som é pesado e por isso não agrada muitas pessoas. Me pergunto até hoje se o pessoal do Porão realmente ouviu o cd. hehehe Mas sempre considerei a possibilidade de estar tocando no Porão, já que o público é enorme. Funciona como uma mega divulgação creio eu.
Fellipe CDC: nunca imaginei que tocaríamos em um festival tão grande. Para ser sincero, a escalação desse ano me surpreendeu e agradou bastante. Krisiun? Caralho, muito foda! Ótima também a escolha das bandas Valhalla, Dark Avenger e Forgotten Boys. Parabéns! Espero que no próximo ano possa ver Korzus, Torture Squad, Drowned, Narcoze, Cólera, Olho Seco e uma infinidade de outras. Tomara que as próximas edições sejam sempre pesadas e rápidas!

Vocês acham que ainda rolam muitas "Panelas" nos eventos musicais da cidade?
Marcelo: Eu acho que não, o que rola é que, principalmente o rock e o hardcore, é muito separado e sem grandes espaços e apoios. Então as pessoas com uma afinidade entre si resolvem fazer seus eventos sozinhos para poderem tocar. Não chamo isso de panela, mas de parceria. Isso, claro, excluindo o caso de produtoras um pouco "maiores" do segmento.
Fellipe CDC: Sim, infelizmente. Muitas bandas parecem estar competindo, para saber quem tem mais público, etc. o desrespeito e a desunião que rolam dentro da cena são ridículos e prejudiciais ao movimento.

Como estão os trabalhos paralelos de vocês ou se o Terror Revolucionário é o trabalho paralelo?
Fellipe CDC: A Terror Revolucionário é uma banda, não um projeto paralelo ou uma simples reunião de amigos. A Terror é uma banda séria, talvez nem tanto, de amigos que se reúnem uma vez por semana para destruir os tímpanos de todos, assim como são as outras BANDAS: Death Slam, Innocent Kids e Mayombe.

O que anda faltando para cena underground de Brasília? Hoje em dia haveria espaço para um Fanzine como o "Protector Of Noise"?

FellipeCDC: União, respeito e conscientização. Tendo essas 3 virtudes conseguiríamos muito do que nos falta, em especial, espaço para shows e apoio de empresários locais. No DF há espaço para todo tipo de cultura, mesmo que o atual governo não enxergue e não queira, e os Fanzines, que considero a espinha dorsal do movimento Underground, incluem-se nessa lista. Protectors Of Noise??? Caramba, esse nome me traz ótimas recordações. Estou, há muito tempo, planejando a volta desse zumbi!

Teremos alguma novidade na apresentação da banda?
Marcelo: Iremos tocar duas músicas novas, que não estão no cd e um cover de uma banda que gostamos muito.

Como anda a divulgação do trabalho de vocês dentro e fora do país?
Fellipe CDC: Precisamos de grana para fazer uma boa divulgação. Como não a temos, Foi um lance meio capenga e tal. Mesmo assim, zines, revistas e rádios teceram excelentes críticas sobre nosso trabalho. Até o momento, não tivemos nenhuma crítica negativa, por incrível que pareça, mas, se um dia isso ocorrer, foda-se, estamos muito felizes com nossa música, atitude e ideologia.

Brasília é conhecida como: "A Capital do Rock", mas quase nenhum artista consegue sobreviver de sua musica ao contrario de outros cantos do pais é foda o underground da Capital?
Fellipe CDC: Vivemos uma contradição: somos a Capital do Rock que não tem espaço para o Rock! Quando se fala em Underground o lance piora um pouco mais. No entanto, o Underground tem dificuldade de Norte à Sul e apenas poucos conseguem viver do que realmente gostam...infelizmente! O mundo seria mais feliz se todos fizessem o que gostam, concorda?

O Heavy Metal, o Punk Rock e o Hardcore e suas respectivas vertentes parece que são os estilos que mais possuem fãs fieis as suas bandas, mas aqui não há nenhum grande evento desses estilos embora sabemos que teríamos sucesso nas bilheterias, falta iniciativa? O publico anda adquirindo os trabalhos dos músicos da cidade?
Marcelo: Na minha opinião não falta iniciativa, falta mais lugares que aceitem esse tipo de evento, principalmente no plano. E lugares que aceitem a produção de shows por pessoas "comuns" não ligadas a grandes produtoras, já que, na maioria das vezes, as grandes(ou maiores) não estão muito interessadas em bandas punk/hardcore. Um dos poucos lugares que se aceita esse tipo de som e o preço do aluguel do espaço é acessível, que é o SESC da 513 sul, é muito concorrido e eles só disponibilizam dois domingos por mês, sendo que o evento tem que acabar antes das 21:00h se não me engano. Isso restringe muito o trabalho. Os outros lugares acabam sendo muito caros. Mas isso no plano, em taguatinga o público de metal é muito fiel, e sempre costuma dar gente nesse tipo de show por lá.

Quais são os planos futuros da banda?
Fellipe CDC: Continuar tocando, compondo e fazendo novas amizades!

O que vocês tem a dizer sobre MTV e a nossa Imprensa Local? Os Fanzines e as Revistas Especializadas andam cumprindo seus papeis na divulgação das bandas do underground?
Marcelo: Eu gosto da MTV, acho que alguns programas são bons assim como outros são muito ruins. Principalmente a existência do João Gordo, que é do Ratos de Porão, dentro da MTV ajudou ao hardcore ser mais divulgado dentro da programação, em programas como o Riff. É um espaço bem pequeno em relação aos outros espaços, mas pelo menos é alguma coisa, antes não tinha nada. Outro dia vi um clipe do Mukeka di Rato no Riff.
Fellipe CDC: A MTV deveria aproveitar melhor seu espaço, mostrando mais debates sociais e políticos e, no lado musical, explorar mais o lado que não é mostrado pelos grandes meios de dominação, digo, comunicação. Com certeza, é um espaço a mais que se abre, mas, como disse, poderia ser melhor aproveitado. Gosto e assisto sempre e muito alguns programas da MTV (João Gordo, Hermes E Renato, Jornal MTV, Riff e uns que passavam e, infelizmente, foram extintos)

Qual a importância da Internet para banda?

Marcelo: Nós costumamos receber muitas mensagens positivas pelo nosso site na internet, mas atualmente ele está bem desatualizado, e como eu não sou nenhum Web Designer, a página é bem simples. Mas já estou preparando um novo layout para uma nova página. Em breve vai estar no ar.
Fellipe CDC: um meio a mais para ajudar na divulgação!