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22: Acerte a sombra e ganhe um CD

Coluna do porãoweb, publicada da edição 22, do Elebu tem promoção imperdível. Confira!!!

Vou aproveitar a deixa que muitos jornalistas são assunto de boa parte das matérias dessa edição para falar do “nosso” mais novo ministro das Comunicações, Franklin Martins.Apenas para fazer um breve resumo, o senhor Martins é jornalista com 40 anos de carreira que já fez de tudo, falou sobre tudo, trabalhou em todas as mídias possíveis, ocupou dezenas de cargos e funções diferentes. Ele também foi um dos fortes nomes ligados à imprensa estudantil e sindical, além de ter passado anos, durante o regime militar, escrevendo em jornais clandestinos. Numa época mais recente, foi o comentarista político mais articulado da Rede Globo e CBN, além de ser o diretor geral da sucursal da emissora de TV em Brasília.
Antes mesmo de ser nomeado ministro, já acompanhava a trajetória de Franklin Martins com certo interesse. Via esse moço no Jornal Nacional, com seus comentários “acima de qualquer suspeita” que abrandavam e minimizavam a maior crise do governo Lula. Aquilo me irritava profundamente. Parte porque a minha posição contra o presidente e seu partido é muito clara, e parte porque sempre acreditei que, não importa o partido que está no poder, o bom jornalista político deve ser oposição a vida inteira.

Franklin Martins saiu da Globo, por coincidência ou não, uma semana após a publicação da coluna do Mainardi que o ligava ao Palácio do Planalto, onde parentes seus estariam sendo beneficiados (denúncias que foram comprovadas, inclusive). Aliás, não existe prova maior de seu envolvimento com Lula do que a própria nomeação como ministro.

O fato foi recebido com festa por alguns, em especial os jornalistas da velha guarda (em especial a famosa geração de 68), como o respeitável Roberto Benevides. “Nosso homem de Brasília” foi um título que “Benê” usou numa entrevista com o próprio. Já outros, os que não tem o rabo preso com a esquerda (e nem com a direita), entenderam isso como um problema sério. Franklin Martins deve mesmo ser o cara que pode concretizar a existência de uma imprensa oficial forte,

fazer com que se instituam instrumentos de controle às demais. Pelo menos esse é o ideal de qualquer governo com a bandeira vermelha: imprensa amordaçada, e forte controle ideológico. Exagero? Não, é apenas um fato histórico.

Sou do bloco que acha que as coisas vão sempre acabar bem. Só que é complicado manter o otimismo num país governado por alguém que, de maneira disfarçada, ressuscitou o slogan “Brasil: ame-o ou deixe-o”. De qualquer forma, que se dê o benefício da dúvida em relação ao novo ministro, mas não vamos deixar a guarda baixa, ok? Imprensa livre e forte sempre!

Nota: em que tentei incluir o espaço do Pato Fu nessa edição, afinal, havia muita coisa em pauta. Mas isso, no final, significaria extrapolar mais uma vez o limite do tamanho do zine, que já está gigante. Fazer algo com mais de 25 páginas seria loucura (aliás, isso está virando um caso sério), e às vezes é preciso dar chance a outros assuntos e prestigiar outras pessoas. De qualquer forma, gostaria de deixar registrado que o trabalho solo do Ricardo Koctus é muito massa! Vai fundo moço... mas só não deixe o Pato Fu!

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