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18: John Ulhoa

Quase 25 anos de Alta Produtividade: Entrevista com John Ulhoa e organização e boa qualidade na cena de Natal

Mais uma vez estou aqui na minha peleja de apresentar algo decente nesse espaço. Acho que o meu problema com ele fica mais e mais crônico a cada edição. Felizmente esta é a última vez do ano que sofro para cobrir o branco desta parte do zine. Poderia fazer uma retrospectiva de tudo que bom e ruim que aconteceu, mas a idéia me parece passada, chata, trivial. É claro que sempre há a opção de dizer o que você vai encontrar nas páginas seguintes. Não seria nada mal se não estivesse com preguiça de coisas assim.

Poderíamos falar da preguiça. É um assunto, aliás, que me interessa muito, uma vez que sou a própria imagem dela. Tem dias que tenho preguiça até de abrir os olhos. Um dia percebi que ela pode ser benéfica porque chama o ócio. Esse,

por sua vez, chama a criatividade. É uma relação estranha, mas há sentido. Veja bem. Se você tem preguiça e se deixa dominar um pouquinho por ela, te sobra um pouco mais de tempo para pensar, inventar coisas. São nesses momentos que as idéias para uma próxima edição do zine e para várias outras coisas vêm à tona. É quando você vislumbra algo que pode ser feito, organiza uma estrutura, monta um quebra-cabeça imaginário dos seus problemas em busca de soluções nem tão óbvias assim, amadurece tudo, e consegue decidir com mais segurança.

Nesse sentido, a preguiça é uma virtude!

A única coisa que me faz me libertar provisoriamente dela é a necessidade e uma fixação por horários. Muito mais que dinheiro, o que me move é o deadline! Se eu não consigo cumprir alguma tarefa no tempo estipulado (de preferência com boa antecipação), fico mal.
Acho que a junção de todas essas coisas é que faz o Elefante Bu existir. Primeiro vem a preguiça, o sono, as idéias, e daí nasce a pauta de cada edição. Depois eu entro em contato com os colaboradores e faço decisões. O terceiro passo é

determinar o deadline, e só então terei a certeza que as coisas vão acontecer. A produção em si não é muito disciplinada (até porque eu não sou assim). Hoje não se faz nada, amanhã pode-se fazer tudo... quem sabe? É sempre diferente, porque coisas podem surgir durante o processo e modificar alguns pontos. Tudo isso acontece dentro de um período de vinte dias, mais ou menos.

O Elefante Bu é um produto da preguiça e de alguma indisciplina. Esse foi o segundo ano trabalhando nessas condições, e o curioso é que o ciclo ainda está longe de ser fechado. Apesar disso, a cada edição ele cresce um pouco mais.

Inacreditável, incrível? Bobagem! Às vezes, as coisas são simples assim.
A próxima edição só vai dar o ar da graça em janeiro. Até lá, Feliz Natal, uma passagem de ano bem divertida, e o desejo que 2007 seja bom (apesar de ser ano ímpar, e do sapo barbudo)

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